9 de ago. de 2012

Baryonyx

O Barionyx foi um dinossauro, de grande porte, cuja alimentação básica era de peixes e pequenos animais, seu habitat era sempre próximo à costa do oceano. Há vestígios sobre sua existência na Grã-Bretanha, cujos restos fósseis foram encontrados em 1983 junto a pedaços de escamas de peixe, o que indicou sua dieta. Até hoje apenas dois exemplares fósseis foram encontrados. Viveram no limite Jurássico-Cretáceo por volta de 144 a 128 milhões de anos atrás.
O Barionyx (cujo nome em latim significa "garra pesada" devido à sua garra no polegar) pertenceu à subordem Theropoda, inserida dentro da ordem dos saurischia, que corresponde aos dinossauros mais aparentados com as aves e, cladisticamente falando, às próprias aves. Essa espécie, no entanto, não é tão próxima das aves: ele pertenceu a uma família da infraordem tetanurae chamada Spinosauridae, que incluía espécies com focinho largo e dieta piscívora (muitos exemplares, inclusive, eram dotados de notáveis prolongamentos das espinhas dorsais).
Sem dúvida o Barionyx era um dinossauro atípico: tinha um pescoço relativamente comprido que permanecia geralmente na horizontal, e não em forma de "s" como ocorria em boa parte dos terópodes. Muitas características-chave do Barionyx apontam para uma dieta psicívora, embora nada impede que este também comesse carne putrefada, como é indicado por restos de Iguanodonte encontrados junto a seus fósseis.
As mandíbulas do Barionyx eram longas e achatadas lateralmente, de forma que à primeira vista lembrava bastante a de um crocodilo, e apresentava em seu maxilar um "recorte", tal como é visto nos crocodilos e em alguns gêneros de Ceratosauridae, e acredita-se que esse aspecto das mandíbulas garantia mais firmeza para o animal na hora de "pescar". As narinas eram recuadas (característica única dos Spinosauridae dentre os terópodes), e sobre os olhos era visível uma crista chata lateralmente, de função desconhecida.
Os braços do Barionyx eram compridos e musculosos, e suas patas dianteiras possuíam quatro garras, sendo que uma era atrofiada e outra (correspondente ao polegar) apresentava uma enorme garra curvada bem maior que as outras, de 30 centímetros, que lembrava aparentemente a garra do pé dos dinossauros avianos Dromaeosauridae. Essa garra provavelmente era utilizada para "fisgar" os grandes peixes de que se alimentava.
O Barionyx possuía cerca de 8,5 m de comprimento e peso em torno de 1.700 kg. No entanto, a análise dos ossos sugere que o modelo mais completo ainda não estava plenamente desenvolvido, de modo que um Baryonyx adulto poderia ter sido bem maior (cerca de 12 a 14 metros de comprimento).
Em janeiro de 1983, um caçador de fósseis amador chamado William Walker acabou por se deparar com uma garra enorme saindo do lado de um poço de argila. Ele recebeu alguma ajuda ao recuperar a garra e vários outros ossos fósseis a partir do sítio arqueológico de onde estava, na Grã-Bretanha. Posteriormente, entrou em contato com o Museu de História Natural de Londres e falou sobre o seu achado.
O esqueleto foi encontrado, felizmente, em estado relativamente intacto e foi escavado por uma equipe liderada por Alan J. Charig e C. Angela Milner, do Museu de História Natural. Eles publicaram a descrição da espécie, B. walkeri, em 1986. Cerca de 70% do esqueleto foi recuperado, incluindo o crânio, permitindo que os paleontólogos fizessem deduções numerosas sobre o Barionyx a partir de apenas um exemplar. O esqueleto pode ser visto hoje montado no Museu de História Natural de Londres.
Em 2007, o paleontólogo Buffetaut percebeu que havia semelhanças gritantes entre os fósseis de Barionyx e de Suchomimus. Muitas características permaneceram muito tempo atribuídas ao Suchomimus e ao Barionyx, e é difícil distinguir quem é quem entre estes dois restos fósseis de dinossauros. No entanto, uma gama de variação idêntica existe entre os espécimes Barionyx, e mesmo entre os vários dentes atribuídos ao Espinossauro. Buffetaut sugeriu que isso poderia significar que o Suchomimus poderia ser um exemplar adulto de Baryonyx. Contudo, essa hipótese não é aceita por grande parte da comunidade científica.

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